O antebraço possui dois ossos – um é chamado de rádio (fica no mesmo lado do antebraço que o polegar) e o outro é a ulna (no mesmo lado do antebraço que o dedo mínimo). As fraturas do antebraço podem ocorrer em qualquer parte desses ossos desde o cotovelo até punho, e também podem acometer somente um dos ossos ou os dois.
As crianças adoram brincar, escalar e correr e isso pode fazer com que elas caiam sobre o antebraço, causando uma fratura. Essa fratura é uma das mais comuns em crianças e ocorrem em 1 em cada 100 crianças. A grande maioria pode ser tratada apenas com gesso ou tala, embora algumas delas possam necessitar de redução ou até precisarem de uma cirurgia.
Tipos de fratura
– Fisária: São fraturas na placa de crescimento, geralmente na região do radio distal (altura do punho).
– Tórus: Ocorre quando um lado do osso sofre uma compressão dando a aparência de amassado, não ocorrendo um traço de fratura.
– Fratura em galho verde: Leva esse nome pois o osso da criança as vezes funciona como um galho verde, uma parte pode estar fraturada com uma para somente dobrada sem fratura.
– Deformidade plástica: Ocorre quando os ossos “envergam, mas não quebram”
– Fratura completa: Quando os ossos estão completamente separados através do traço de fratura
Sintomas
Dor no antebraço, inchaço, incapacidade de movimentação, deformidades e equimose (“mancha roxa no local da dor”) são os sintomas mais evidentes de uma fratura após o trauma. Em casos mais graves podem também ocorrer lesões de pele ou alterações na sensibilidade, como formigamento nas mãos. Se alguns desse sintomas estiverem presentes é importante levar a criança para avaliação com um ortopedista.
Diagnóstico
A suspeita diagnóstica na anamnese é feita se alguns sintomas como os descritos acima estão presentes e o exame clínico auxilia na confirmação ou não das suspeitas.
Exames subsidiários de imagem geralmente são solicitados sendo o mais utilizado as radiografias. Com elas conseguimos diagnosticar a grande maioria das fraturas e decidir qual o melhor tratamento. Em casos de dúvidas ou lesões mais graves a tomografia computadorizada pode ser solicitada.
Tratamento clínico
A grande Maioria das fraturas do antebraço podem ser tratadas de forma não cirúrgica. Nas lesões mais simples como o Tórus, uma imobilização gessada por 3 semanas geralmente é indicada.
Nas fraturas tanto em galho verde, fisárias ou completas em que os ossos estão muito desviados/desalinhados é necessário alinhá-los. Para isso realizamos uma manobra de redução, que em como função restaurar a posição original e alinhamento dos ossos. Nesses casos, após o realinhamento dos ossos, uma tala gessada é aplicada e o tempo de tratamento pode durar de 6 até 12 semanas dependendo da gravidade, idade e evolução do quadro.
Nos casos mais graves em que não se consegue o alinhamento com a manobra de redução a cirurgia é indicada
Tratamento cirúrgico
O Tratamento cirúrgico é indicado se o desvio da fratura é grande, se há lesões de pele ou outras estruturas, desalinhamento de alguma articulação ou se o osso não está consolidando ou está consolidando de uma forma errada.
Vários dispositivos podem ser utilizados para a cirurgia, mas, nas crianças, geralmente os fios de Kirchner (pequenas hastes de metal) são os materiais mais utilizados e após o final do tratamento são retirados. Em crianças maiores e adolescentes placas e parafusos também podem ser utilizados.